No vasto universo do investimento, os atores que moldam o mercado e influenciam seu funcionamento são tão diversos quanto as estratégias que empregam. Para compreender plenamente o panorama financeiro e navegar com sucesso pelo mundo dos investimentos, é essencial conhecer os diferentes tipos de investidores que nele habitam.
Cada perfil de investidor possui suas próprias características distintivas, motivações e abordagens para o mercado, e a compreensão dessas diferenças pode ser a chave para tomar decisões mais informadas e alinhadas com seus próprios objetivos financeiros.
Por isso, se você deseja saber mais sobre os tipos de investidores, continue lendo esse artigo que preparamos para você!
Conheça os tipos de investidores
1. Investidor qualificado
O termo “investidor qualificado” ganhou destaque graças à Instrução Nº 554/2014 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que o define como uma pessoa física ou jurídica detentora de um patrimônio investido de, no mínimo, R$ 1 milhão, devidamente comprovado por meio de documentação oficial.
Além disso, essa designação também se estende a outros perfis:
- Profissionais certificados: investidores que tenham obtido aprovação em exames de qualificação técnica ou que possuam certificações reconhecidas pela CVM, como agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários.
- Clubes de investimento: clubes de investimentos que tenham em sua carteira um ou mais cotistas enquadrados como investidores qualificados.
Ao alcançar a categoria de investidor qualificado, abrem-se portas para uma série de vantagens.
Inicialmente, essa classificação foi criada com o objetivo de proteger investidores menos experientes e avessos a riscos desnecessários.
Entretanto, os investidores qualificados desfrutam de diversas oportunidades, como acesso simplificado a produtos de maior potencial de retorno, incluindo títulos de Renda Fixa com taxas atrativas e Fundos com exposição a mercados internacionais, como os Fundos de Investimento no Exterior (FIEX).
Contudo, é importante ressaltar que a relação entre risco e retorno não desaparece nesses casos.
Embora os investidores qualificados tenham acesso a produtos exclusivos com potencial de lucro mais elevado, esses investimentos também podem estar associados a riscos mais substanciais.
Portanto, a decisão de ingressar na categoria de investidor qualificado deve ser ponderada, considerando cuidadosamente as metas financeiras individuais e a disposição para lidar com riscos adicionais.
2. Investidor profissional
Conforme estabelecido pela mesma Instrução da CVM, os investidores profissionais são indivíduos ou entidades, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, que detêm investimentos financeiros com valor nominal superior a R$ 10 milhões e que atestam formalmente essa condição por escrito.
Além disso, essa categoria abrange outros perfis:
- Instituições financeiras e autorizadas pelo Banco Central Do Brasil: instituições do setor financeiro e outras entidades autorizadas a operar pelo Banco Central Do Brasil.
- Companhias seguradoras e sociedades de capitalização: empresas atuantes no mercado de seguros e capitalização.
- Entidades de previdência complementar abertas e fechadas: inclui fundos de pensão e entidades de previdência privada.
- Fundos de investimento: fundos de investimento em geral, que também podem ser classificados como investidores profissionais.
- Clubes de investimento com administração autorizada pela CVM: clubes de investimento cuja administração é realizada por um administrador autorizado pela CVM.
A categoria de investidor profissional, embora não ofereça vantagens em termos de tributação, proporciona aos seus membros a oportunidade de acessar uma variedade de investimentos financeiros que não estão disponíveis para investidores não profissionais e qualificados.
Nesse sentido, os investidores profissionais têm a capacidade de diversificar suas carteiras com produtos financeiros mais complexos e potencialmente rentáveis.
Essa diversificação pode incluir investimentos em instrumentos como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) exclusivos, debêntures incentivadas, Fundos de Investimentos em Participações (FIP) e muitos outros.
3. Investidor institucional
O investidor institucional, sob a perspectiva da legislação e regulamentações financeiras, é uma entidade jurídica encarregada da gestão do capital e dos investimentos de terceiros, que podem incluir tanto pessoas físicas quanto outras empresas.
Sua principal missão é planejar e supervisionar transações envolvendo a compra e venda de ativos, alocar recursos em projetos de infraestrutura e realizar diversos tipos de investimentos, tudo com o objetivo de maximizar a rentabilidade e o lucro líquido para seus clientes e beneficiários.
Dentre os exemplos de investidores institucionais, de acordo com a classificação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), estão instituições como bancos, corretoras, seguradoras, family offices, fundos de pensão, fundos patrimoniais, fundos de investimento e uma variedade de outras entidades.
4. Investidor individual
Para simplificar, quando olhamos para a perspectiva da B3, um investidor que não se enquadra na categoria de institucional é considerado um investidor individual.
Dentro desse grupo, ainda existem classificações, como investidor qualificado ou profissional, dependendo do patrimônio que possuem, como mencionado anteriormente.
Investidores individuais, em sua maioria, são pessoas comuns que escolhem investir seu próprio dinheiro nos variados produtos disponíveis no mercado financeiro. Ajustando suas estratégias de acordo com metas financeiras a curto e longo prazo.
Em geral, esse grupo de investidores pode não possuir um amplo conhecimento sobre as complexidades do mercado financeiro. Incluindo suas normas, produtos financeiros, questões tributárias e outros detalhes, uma vez que essa atividade não é sua ocupação principal.
5. Investidor não residente
De acordo com as diretrizes estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), investidores não residentes (INR) referem-se a indivíduos ou entidades, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, incluindo fundos de investimento e outras entidades de investimento coletivo, que têm sua residência, sede ou domicílio localizados no exterior e escolhem realizar investimentos no território brasileiro.
Esses investidores estrangeiros podem participar ativamente nos mercados financeiros e de capitais do Brasil, contribuindo para a dinâmica econômica do país.